Artigo original aqui.

A população do Espírito Santo tem passado por momentos tensos na última semana, incluindo assassinatos, saques, roubos e assaltos. A polícia militar entrou em greve, deixando a população refém da bandidagem.

Alguns correram em dizer que este caos é uma anarquia. Não é. Este caos é apenas o estado democrático de direito em sua forma mais natural. Numa anarquia uma situação com esta seria praticamente impossível, já que monopólios no mercado livre são raríssimos.

O Espírito Santo está vivendo uma situação democrática típica: uma minoria está querendo algum “direito” baseado na violação do direito à propriedade de uma maioria.

Democracia é a DITADURA da maioria, no papel, e de uma minoria, na prática.

Explico: a PM reivindica melhores condições de trabalho, melhores salários etc. De onde saem os recursos para bancar os atuais, ou futuros salários e condições de trabalho?

Do roubo perpetrado contra a população por meio da cobrança compulsória de dinheiro mediante ameaça de punição em caso de não pagamento. (Impostos)

Por se tratar de um monopólio criado pelo estado, o serviço de segurança pública não tem concorrência (principalmente com as fortes restrições ao setor privado, totalmente controlado pelo estado), você não pode optar por contratá-lo, ou não. Você não pode não pagar por ele. Você é OBRIGADO a pagar pelo serviço.

Assim, a polícia militar não tem que se mostrar efetiva para poder receber recursos. Na verdade, quanto pior é o serviço da PM, mais recursos são destinados à corporação! Afinal, quanto mais assassinatos, roubos, assaltos, estupros etc acontecem, por “mais segurança” clama a população. Este clamor se traduz em mais dinheiro destinado à PM, mais policiais, mais viaturas etc, porém sem qualquer garantia de que a violência será reduzida.

No mercado esta situação se inverte: se você e seus vizinhos contratam uma empresa de segurança para combater assaltos, roubos etc em sua região e tais crimes continuam acontecendo, vocês trocarão de fornecedor, além de exigir reparações da empresa incompetente. Quanto mais livre for este mercado, melhor para os consumidores, já que com o menor sinal de queda na qualidade de serviços prestados pela empresa A, as empresas B, C, D etc correrão para substituí-la, muitas vezes, cobrando até menos.

Mas você não pode demitir a PM e contratar outra. O estado não te permite fazê-lo.

Exercício mental

Façamos uma rápida reflexão: e se você pudesse escolher serviços de segurança da mesma maneira que escolhe serviços de limpeza, ou de email? Imagine se você pudesse escolher dentre centenas de empresas, produtos e pacotes de serviços diferentes, também no setor de segurança?

Quanto mais empresas num setor, maior é a tendência à redução de custos e alta qualidade.

Assim, antes de pedir ao estado por “mais segurança” no futuro, exija o fim do monopólio da polícia. Exija que você possa contratar quem você quiser para fazer sua segurança. Exija que você tenha a liberdade de não contratar ninguém, se não quiser e fazer a sua própria segurança (porte ostensivo de armas de qualquer natureza ou calibre). Exija sua liberdade!

O Espírito Santo hoje é uma prova trágica e triste do que acontece quando você dá poder absoluto ao estado: você vira refém do todo poderoso que você ajudou a criar.

Dicas de leitura

O livro Everyday Anarchy: The Freedom of Now, escrito por Stefan Molyneux, é excelente. Nele você compreenderá o que realmente significa anarquia, conceito que há séculos vem sendo desconstruído propositadamente por agentes do estado para evitar que você e eu possamos conhecer uma alternativa de vida baseada na paz, na liberdade e na propriedade privada.

Outro livro muito interessante relacionado ao assunto é Democracia: o Deus que falhou, de Hanns Hermman Hoppe (vulgo H3, hehehehe). Este livro contém análises históricas, econômicas e praxeológicas relativas à organização humana em grupos. Muito bem escrito, intrigante e que vai te colocar umas 10 pulgas atrás de sua orelha.

Mas cuidado: você nunca mais verá o mundo da mesma forma depois de ler estes livros.